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Exportações em Alta: Como as Tarifas Internacionais Estão Beneficiando o Brasil

Em meio às turbulências do comércio global, uma nova oportunidade tem se desenhado para o Brasil. A disputa comercial entre gigantes como Estados Unidos e China, acentuada pelas novas tarifas impostas por Donald Trump, está abrindo espaço para o crescimento das exportações brasileiras — e, com isso, surgem também boas oportunidades para investidores atentos.

No último domingo (11/05/2025), dados divulgados apontaram um aumento significativo nas exportações de calçados e soja do Brasil para mercados estratégicos como EUA e China. Esse movimento está diretamente ligado às barreiras comerciais entre essas potências, o que, paradoxalmente, favorece países com cadeias produtivas competitivas — como é o caso do Brasil. Mas o que isso significa na prática? E mais importante: como o investidor pode se beneficiar disso?

O contexto internacional: tarifas como arma política

O governo dos Estados Unidos voltou a adotar uma política tarifária mais agressiva em 2025, mirando principalmente a China e outros parceiros considerados “desequilibrados” na balança comercial. Essa estratégia, que visa proteger a indústria americana, também acaba encarecendo produtos importados — o que leva importadores dos EUA a buscar fornecedores alternativos.

A China, por sua vez, reage com contramedidas semelhantes, o que também afeta sua relação com mercados tradicionais. O resultado é uma redistribuição global da demanda, e o Brasil vem se mostrando apto a ocupar esse novo espaço.

Brasil: beneficiado pelas tensões comerciais

Historicamente, o Brasil sofre com problemas de competitividade internacional, como alta carga tributária e infraestrutura precária. No entanto, quando grandes players se estranham, surgem brechas que países emergentes podem explorar. É exatamente o que está acontecendo.

Segundo dados atualizados, só em abril e maio de 2025, as exportações de calçados para os Estados Unidos cresceram mais de 12%, enquanto as vendas de soja para a China subiram 18% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em números absolutos, estamos falando de bilhões de reais em movimentação — e, claro, de impacto direto no mercado financeiro e na economia brasileira.

Setor calçadista: uma joia (ainda) pouco explorada

O Brasil tem tradição no setor calçadista, especialmente nos polos produtivos do Rio Grande do Sul, Ceará e Bahia. Empresas como Grendene, Vulcabras e Arezzo estão entre as que mais se beneficiam dessa expansão nas exportações.

Para o investidor, esse é um bom momento para observar o desempenho das ações dessas companhias na B3. Com margens de lucro mais altas e contratos internacionais em expansão, é natural que as projeções de receita melhorem — o que tende a valorizar os papéis no mercado.

Além disso, o setor pode ganhar ainda mais força caso novas tarifas sejam impostas entre EUA e países asiáticos, o que aumentaria a dependência dos americanos por fornecedores latino-americanos.

Soja: o “ouro verde” que sustenta o superávit

Se há um setor que historicamente garante o superávit da balança comercial brasileira, esse setor é o agronegócio — com destaque absoluto para a soja. O Brasil é o maior exportador global do grão e, em 2025, esse protagonismo só tem crescido.

A recente valorização das exportações para a China acontece não apenas por conta da guerra tarifária, mas também pela quebra de safra em países concorrentes como Argentina e EUA. Com isso, o Brasil se torna fornecedor prioritário, recebendo pedidos volumosos e com valores acima da média.

Empresas listadas na bolsa com exposição ao setor, como SLC Agrícola, BrasilAgro e Amaggi (caso venha a abrir capital), são algumas das que podem registrar ganhos expressivos no médio prazo.

A bolsa brasileira e as oportunidades

Para quem investe com olhos no futuro, esse novo momento do comércio internacional traz excelentes oportunidades na B3. Setores como agro, logística e manufatura devem continuar a ser beneficiados.

Empresas de transporte ferroviário e portuário, como Rumo e Santos Brasil, por exemplo, tendem a se valorizar com o aumento das exportações. Afinal, mais produto saindo do país significa maior demanda por infraestrutura.

Além disso, gestoras de fundos de investimento estão criando produtos focados no agronegócio e exportações, com rentabilidade atrelada ao dólar — o que protege o investidor contra oscilações da moeda brasileira.

Moeda forte, cenário promissor

Outro aspecto importante é a valorização do real frente ao dólar. Com o aumento das exportações, entra mais moeda estrangeira no país, o que naturalmente fortalece o câmbio brasileiro. Isso contribui para a desaceleração da inflação e pode abrir espaço para futuras reduções da taxa Selic.

Com juros em tendência de baixa e exportações aquecidas, o cenário para o segundo semestre de 2025 tende a ser promissor — tanto para o investidor institucional quanto para o investidor pessoa física.

Onde investir nesse novo contexto?

Se você deseja se posicionar estrategicamente diante desse novo cenário, aqui vão algumas ideias de alocação de recursos:

  • Ações de empresas exportadoras: Priorize companhias com forte presença internacional, como SLC Agrícola, JBS, Marfrig, Arezzo, Vulcabras e Grendene.
  • Fundos cambiais: Protegem o capital e oferecem exposição ao dólar, ainda importante em tempos de incerteza global.
  • Fundos imobiliários logísticos: Aproveitam o crescimento do comércio exterior e valorizam imóveis estratégicos para escoamento da produção.
  • ETFs de agro ou infraestrutura: Uma forma mais diversificada de investir em setores que devem crescer com as exportações.
  • Debêntures incentivadas: Especialmente de empresas logísticas ou de transporte, que se beneficiarão com o aumento da demanda externa.

Conclusão

O mundo vive um momento de reorganização comercial, e o Brasil tem se saído como um dos grandes beneficiários dessas transformações. Com exportações em alta e setores estratégicos aquecidos, o investidor atento encontra um ambiente favorável para rentabilizar seu capital.

A guerra de tarifas entre EUA e China, que já prejudicou o comércio global em outras épocas, agora cria oportunidades inesperadas para economias emergentes. Cabe ao Brasil aproveitar esse momento para consolidar sua presença nos mercados externos — e cabe ao investidor compreender esse movimento e saber onde alocar seus recursos.

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giovanimafra1

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Formado em Ciências Contábeis, investidor há mais de 10 anos e apaixonado por compartilhar conhecimento. Com uma sólida experiência no mercado financeiro, administração de empresas e contabilidade, trago para este blog reflexões e análises práticas para ajudar leitores a entenderem melhor o mundo das finanças e investimentos.

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Mafra

Formado em Ciências Contábeis, investidor há mais de 10 anos e apaixonado por compartilhar conhecimento. Com uma sólida experiência no mercado financeiro, administração de empresas e contabilidade, trago para este blog reflexões e análises práticas para ajudar leitores a entenderem melhor o mundo das finanças e investimentos.

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O conteúdo deste site tem caráter exclusivamente informativo e educativo, com o objetivo de promover a educação financeira e compartilhar notícias sobre o mercado. Não oferecemos recomendações, aconselhamentos ou indicações de investimentos. Antes de tomar qualquer decisão financeira, consulte um profissional qualificado.

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